A existencia de Francisco era feita para a empresa onde trabalhava, bem para lá das horas exigidas, e do tempo aparentemente necessario. O trabalho deste homem caia exactamente a meio de um processo burocratico, poucos eram os que sabiam na enorme companhia, qual era a função dele. Apercebiam-se que as coisas funcionavam mais lentamente quando ele não estava, mas para alem disso passava despercebido.
Era um tipo pouco falador, não era antipatico mas a sua chegada era assinalada com um Bm'nia, entre dentes e pouco mais.
Um dia veio a mudança, o sitio onde trabalhava, iria mudar de local, para novas instalações, devido ao crescimento da empresa, o dia foi anunciado e chegou, e começou a processar-se a mudança. Os Directores quiseram mudar-se logo que fosse possivel (ha quem diga que era para escolherem os escritorios com melhor vista), os chefes foram logo de seguida (acho que não queriam ficar junto as casas de banho, ou num corredor com correntes de ar), e os empregados para os poucos lugares sem cheiro, e sem vento que restassem.
Mas não Francisco, viu toda a gente sair num processo que demorou aproximadamente um mes, e ficou sozinho como um soldado que guarda um castelo abandonado. A entrar á hora e a trabalhar para la da hora de saida.
O trabalho deste homem ia diminuindo mas continuava em dia e o ordenado dele a ser pago a tempo e horas, para ele pouco tinha mudado para la' do cumprimento matinal, que ele achou por bem deixar de fazer.
Um dia chegou ao seu local de trabalho, e só trabalhou ate' as 14:42, indicava o relogio deixado para tras por um dos outros empregados. Levantou-se arrumou tudo o que tinha na secretaria e saiu para nunca mais ser visto.
Apesar de parecer que se tinha esquecido! Francisco não se esqueceu, planeou e executou a operação de fuga possivel para quem não quer ser toda a vida contabilista de terceira, da quarta repartição, da segunda comarca com a co-responsabilidade sobre o imobilzado (era um dos 18 que a empresa tinha). E continuar a receber ordenado. Quando ouviu falar da mudança ele decidiu que não era aquela a alteração que ele precisava na vida. Ficou, foi diminuindo o trabalho que ia fazendo durante 3 meses ate' aquela hora em que fez o ultima operação de abate sobre uma cadeira a que faltava uma roda e que teria de sair do imobilizado.
um dos colegas ainda levantou a questão acho que eramos mais ....
1 comentário:
Gosto do estilo sêco da tua escrita...
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