quarta-feira, março 08, 2006

Imortalidade ...

Encontraram-se numa mesa de cafe' junto a uma das altas janelas onde o sol matinal entrava, e a azafama era muita, com os clientes que se apressavam a tomar a sua dose de cafeina matinal, antes de apanhar o comboio na estação proxima que os leva-se ao trabalho.

As duas personagens desta historia não podiam ser mais diferentes, Ambos aparentavam não ter mais de 30 anos, um com um aspecto bem cuidado, o outro parecia ter acabado de suprar 100 velas, roupa pouco cuidado, mostrava escoriações na pele, e a falta de um braço.
Começa a contar a sua historia com ar cansado:
- Naqueles dias andava adoentado, e acabei por cair na cama com febres altissimas, o jovem não percebe pois nunca teve de viver nesse tipo de condições, a higiene não era a melhor e os medicos, seriam considerados talhantes pelos actuais, sabendo disto a minha irmã veio em minha ajuda, e trazia com ela um amigo cumum.
- Foi nessa altura que perdeu o braço? Perguntou o jovem de forma gentil.
- Não, nessa altura cai num coma profundo, que ainda se discute hoje se tera' sido mais que isso e terei eu mesmo morrido.
- Obvio que se tivesse morrido, não estaria aqui a falar comigo?
- Não seria assim tão certo. O amigo da minha irmã era especial, um rapaz afavel de voz calma mas sem parecer entediante, conseguiamos ficar a ouvi-lo durante horas enquanto bebiamos e comiamos. E dizia-se que era poderoso.
No momento em que ambos chegaram ja' estava enrolado numa mortalha, e tinham aberto um tumulo para mim, onde fiquei perto de quatro dias.
O Jovem chegou e dirigio-se a mim nos seguintes termos .....

Antes que tivesse tempo de continuar a sua historia o jovem disse.
- Lázaro, vem para fora
- exacto como é que sabia?
- Esta escrito no livro mais publicado de sempre ...
- Mas a partir desse momento começou um tormento que dura até agora, pois aparentemente tinha morrido realmente, e quando o Jesus, me tirou do meu local de descanso eterno, levantou-se um problema sendo ele DEUS, a sua palavra é ordem, e se um anjo me veio buscar uma vez, nenhum ousou vir a segunda. Como tal fiquei preso a esta maldição, nao envelheço, não morro, tentei uma vez no seculo XIX, tinham acabado de aparecer os comboios a vapor, e eu decidi saltar para a frente de um. Custou-me o braço mas nem amolgou a minha imortalidade. Lembro-me agora que desde então tenho falado com muito pouca gente ...
- Lázaro, tu não falas-te com ninguem ...
Interrompeu o jovem.
- Ja' reparas-te que ninguem nos veio servir, desde que aqui estas e todas as mesas a tua volta ja' estam vazias, porque sera'? Achavas mesmo que EU me esquecia? cometes-te um erro e pagas-te caro por ele, EU não me esqueço. Quando te tirei do teu tumulo, apenas reagendei a tua morte para um futuro proximo, tu com a ideia que por teres sido salvo por deus estavas isento da morte negaste-te a partir muito depois de a tua carne ser pó, transformas-te-te num espirito torturado. eu estou aqui para te ajudar a partir, a pedido da tua irmã de novo.

E assim sairam ambos sem pagar (não tinha havido consumo).

E Jesus diz para Lazaro:
- Não achas que ja' esta na altura de não dependeres da tua irmã para tudo?

2 comentários:

NAM disse...

Epá casos desses há aos milhares, acredita no que te digo, aos milhares!!!
Quê?!? Pessoas mortas a andar por aí??
Ainda no outro dia em Algés, um amigo do primo do tio do meu gestor de conta lá no banco...

bone daddy disse...

LOL!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!